Banco do Brasil com lucro record e ações ainda a bons preços
O Banco do Brasil (BB) apresentou resultados impressionantes no primeiro trimestre de 2024, alcançando um lucro líquido de R$ 9,3 bilhões, uma alta de 8,8% em relação ao mesmo período de 2023. Essa performance robusta também se refletiu em uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido de 21,7%, um aumento de 0,67 ponto percentual.
Lucros e Dividendos
Além do lucro, o BB também anunciou uma remuneração complementar significativa para seus acionistas, totalizando R$ 2,6 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP). Esse pagamento reflete a política de distribuir resultados positivos aos investidores, reforçando a atratividade das ações BBAS3.
Análise de Performance
Crescimento da Margem Financeira Bruta: A margem financeira bruta do BB foi de R$ 25,73 bilhões no primeiro trimestre de 2024, comparável aos R$ 25,76 bilhões do quarto trimestre de 2023. O spread global ficou em 5,1%, mostrando consistência nos ganhos financeiros do banco.
Carteira de Crédito Ampliada: A carteira de crédito do BB cresceu 2,7% trimestralmente e 10,2% anualmente, atingindo R$ 1,138 trilhões. Esse crescimento é significativo, especialmente quando comparado ao Itaú, que possui a maior carteira de crédito entre os grandes bancos.
Inadimplência e Provisões: A inadimplência acima de 90 dias subiu para 2,9% em março de 2024, de 2,62% em março de 2023. A provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) foi de R$ 8,5 bilhões no trimestre, um indicador de cautela diante do aumento da inadimplência.
Setores de Destaque
Agronegócio: O BB continua a expandir sua carteira de crédito para o agronegócio, que cresceu 15,5% anualmente. A inadimplência nesse segmento, embora tenha dobrado, ainda é relativamente baixa em 1,19%.
Pessoa Física: A carteira de crédito para pessoa física cresceu 5,8% anualmente, com destaque para o crédito consignado, que teve um aumento de 10,3%.
Pessoa Jurídica: Houve um aumento na inadimplência para pessoa jurídica, que subiu de 2,13% em março de 2023 para 3,19% em março de 2024, refletindo maiores desafios econômicos para esse segmento.
Eficiência e Custos
O índice de eficiência do BB é notável, com uma receita de prestação de serviços que cresceu 2,6% anualmente, apesar de uma queda trimestral de 4,6%. As despesas administrativas aumentaram 4,99% anualmente, mas caíram em comparação ao quarto trimestre de 2023, mostrando um controle eficaz dos custos operacionais.
Projeções e Perspectivas
Para 2024, o BB projeta um crescimento de 8% a 12% na carteira de crédito, mantendo uma margem financeira bruta entre 7% e 11%. No entanto, a provisão para créditos de liquidação duvidosa pode ultrapassar as expectativas, dependendo do cenário econômico.
Os executivos do BB estão confiantes de que o pico da inadimplência já passou, e que as provisões atuais são adequadas para cobrir potenciais calotes. A CEO, Taciana Medeiros, afirmou que os índices de provisionamento estão dentro das expectativas e que não há surpresas previstas para 2024.
Considerações Finais
A análise fundamentalista do Banco do Brasil indica uma saúde financeira robusta, com margens sólidas e uma estratégia de crescimento bem definida. O desempenho no agronegócio e na carteira de crédito são destaques positivos, enquanto a provisão para inadimplência é um ponto de atenção.
Com um índice de Basileia de 15,3%, o BB mostra solidez financeira para enfrentar desafios econômicos, enquanto continua a oferecer retornos atrativos aos acionistas. As ações BBAS3, com um P/L descontado de 4,84 e um dividend yield de 8,37%, permanecem uma opção interessante para investidores buscando um equilíbrio entre crescimento e renda.
Fique atento às próximas divulgações trimestrais para ajustar as projeções e avaliar a continuidade dos resultados BB.